quarta-feira, agosto 27, 2008

Grand Theft Auto IV: Review

Continuando na onda de um blog "Jack of all trades, master of none" apetece-me voltar à onda das reviews como fiz com alguns filmes e séries ao longo dos tempos.

Agora vou aventurar-me na onda dos videojogos, algo que estive afastado durante vários anos após estes terem sido parte da minha vida desde que era um pigmeu. O fascínio de um Match Day em que os jogadores eram bonecos que pareciam bebés com fraldas ou Sábados inteiros a jogar Kenny Dalgish Soccer Manager com o Hartlepool no velhinho Spectrum continua a correr-me nas veias mas nos últimos 4/5 anos foram raros os jogos que conseguiram cativar ao ponto de chegar ao fim ou aproveitar o jogo ao máximo.

No entanto estes tempos mudaram quando uma alma caridosa decidiu que eu queria uma PS3 apesar de não a querer. Resultado: uma prenda indesejada mas que não era peugas com raquetes, quem diria? Não é que eu não quisesse uma PS3, simplemente achava que não daria uso que compensasse o preço da mesma. Bem só posso dizer isto...estava bem enganado!

Começo pelo jogo que vinha no bundle com a consola: Grand Theft Auto IV, esse portento de jogo que estava a receber reviews perfeitas todos os dias e por algumas revistas classificado como o "Melhor Jogo de Sempre", visto isto as expectativas tem que estar altas, mas será tal afirmação algo que se justifique ou é apenas mais uma operação de marketing?

Para começar vemos uma cutscene com a nossa personagem Niko Bellic a chegar a terras de Tio Sam num barco. Quem nunca sonhou viver de perto a vida dum imigrante de Leste? Este jogo começa logo bem, só tenho pena que não tenham dado um novo mais credivel à personagem como Evgeny ou Krassimir. Oh well...

Digam lá que não tem ar de Evgeny?

O jogo começa com a introdução de Roman (primo de Niko) que basicamente é um pavão que se gabava que vivia uma vida espectacular quando afinal era exactamente o oposto, trabalhando numa empresa de táxis, uma vida que Niko rapidamente irá "imitar" fazendo uns trabalhinhos para ajudar Roman e assim conhecer novas personagens como Little Jacob. Devido a um desses trabalhos e algumas opções de Roman, Niko vê-se forçado a entrar em negócios com a Máfia para poder salvar o seu primo e é assim que o jogo realmente começa...

Este GTA IV é publicitado como uma sandbox que dá todas as possibilidades aos jogadores. Ninguém é forçado a jogar as missões quando o "jogo quer" se o que lhe apetece é ir comer um cachorro, jogar bowling ou ir à internet ver mails e sites de matchmaking. Pessoalmente este estilo de opções não faz muito o meu género, pois acho que isso já é mesmo abusar no sentido que os videojogos sejam futeis, mas para muita boa gente esta é uma oportunidade para dar umas cacetadas com uns carros ou atropelar umas quantas pessoas virtuais entre outras coisas.

Roman queres ir jogar dominó?

Na minha opinião o que interessa é a história principal, que consiste principalmente em missões com que em 95% dos casos é matar pessoa y ou x, mas o meio que se usa para chegar a esse objectivo é sempre diferente: barco, metro, perseguições de carro, sniper, tiroteios no meio da rua, seguido quase sempre duma perseguição policial da qual temos que fugir. Isto vai tornar o jogo repetitivo principalmente quando a história fizer o 1º plot-twist no qual a partir dai parece que entramos numa história paralela.

É pena que a Rockstar não se tenha empenhado em seguir a história inicial em vez de tentar criar uma história paralela que apenas agradará aos adeptos do GTA:SA e meninos do "hip-hop" armados em gangsters da actualidade e que irá acabar por introduzir personagens que nada irão adicionar ao jogo e irão fazer essas adições duma forma que irá quebrar a forma suave como o jogo decorria até então. No final, olhando para a história na globalidade verifica-se claramente que tem como objectivo seguir o envolvimento de Niko na Máfia de Liberty City (New York) e não os Gangs dos Pingarelhos e o Gang dos Berguilhas... Esta foi uma decisão que a Rockstar tomou com base em tentar agradar a todos e adicionar tempo de jogo, mas o que na prática faz é destruir a forma como o jogo decorre e aumentar a frustração do jogador quando confrontado com missões que nada vão adicionar à história do jogo. Depois quando a história regressa aos "eixos" a frustração com o jogo já é tão reinante que o que uma pessoa quer é acabar com o jogo enquanto é tempo e rezar para que a história se mantenha no rumo até final...

A jogabilidade é bastante boa apesar de se notar que o jogo tem algumas falhas em termos de física, principalmente no meio de multidões. O sistema de cover é bom até que por vezes apetece-lhe deixar de funcionar. O grande problema do jogo e em que muito contribui para a frustração do mesmo é a obrigação de conduzir o carro para local x para depois matar pessoa y, regressando depois a local y e depois o ciclo recomeça, o problema é que o mapa do jogo é bastante grande e no final do jogo quase que aposto que passei mais tempo a conduzir do que nas missões propriamente ditas. A partir da 10ª missão uma pessoa já só lhe apetece apanhar táxis sempre que pode, o problema é que na grande maioria das missões tal não é permitido...

Em termos de gráficos, o jogo cumpre a sua missão mas ao contrário de algumas reviews ditas profissionais, está longe de ser um "10". Apesar de ser um mapa enorme isso não justifica que algumas texturas sejam pobres e os jaggies (serrilhados) saltem à vista em qualquer sítio. Nota-se ainda alguns freezes quando se entra numa parte mais complexa do mapa, mas tal só me aconteceu umas 3 ou 4 vezes em 33h de gameplay. Concluindo, o jogo tem bons gráficos mas nada mais que isso.

O que realmente roça a perfeição é o som do jogo. Os diálogos são muito bons e as vozes das personagens são perfeitas, principalmente Niko, Little Jacob, Roman e Brucie. Os diálogos entre Niko e Brucie são mesmo do melhor que há! O soundtrack do jogo tem bastantes opções para todos os gostos (só falta o Zé Cid) e tal é bem preciso pois o rádio do carro é a única coisa que distrai no meio de tantos km's a conduzir os carros para mais uma missão.

Mulher, faz-me é favas com chouriço, o meu prato favorito.

O multiplayer do jogo é algo que não posso classificar pois não tive tempo nem motivação para o testar como deve ser. Da pouca experiência que tive, deu para perceber que está cheio de malta jovem armados em Steven Seagal e com uma linguagem que até faria corar o Fernando Rocha.

Agora não se pense que este jogo é só defeitos, aliás foi o 1ºjogo que tive a paciência suficiente para chegar ao seu fim nos últimos anos, demorando 33h de gameplay para o conseguir (para quem estiver interessado nas opções extra-jogo tem aqui um jogo para umas 75h). Existem muitos motivos que irão frustrar e desmotivar alguns jogadores e a determinada altura eu já só queria chegar ao final do jogo para nunca mais voltar a jogar a este jogo. O jogo é bastante repetitivo mas mesmo assim consegue surpreender com algumas missões fabulosas como a Three Leaf Clover. Andar de carro é aborrecido, mas andar de helicoptero é divertido. Existe um pouco de tudo e para todos os gostos neste GTA IV.

Para quem goste de uma sandbox em que tem 1001 coisas para fazer este é o jogo indicado, mas na minha opinião tem os americanos e os miudos em geral como o público alvo, para esses acredito que este possa ser o melhor jogo de sempre, mas para alguém que procure um jogo em que é preciso usar mais que 1 neuronio de cada vez este não será o melhor jogo de sempre nem sequer está nos 10 melhores. No entanto, na minha opinião o GTA IV é sem dúvida um dos melhores jogos desta nova geração de consolas, mas o melhor? Só se for no 1 de Abril...

Nota Final: 16.0 (0 a 20)

1 comentário:

Anónimo disse...

só 16 pra o gta? n sabes o k falas, entao n fales. nem dves ter xperimentado o jogo.